sexta-feira, 23 de maio de 2008

Um sonho


Sonho com imagens e contornos valsando em movimentos holográficos. Vozes sussuram em meus ouvidos até o despertar, escolho o pincel mais delicado. Fecho os olhos e deixo a sensibilidade guiar minhas mãos. Meu corpo não acompanha a explosão sensorial, não fideliza os traços, não compõe cores em degradê cintilante, com tal falta de graça perco a essência e o sonho me foge. Suprimo minha frustração verbalizando o que não sei pintar. Papel e caneta e a valsa das cores se inicia, as vozes se silenciam, palavras fluem como sangue em versos vermelhos escarlate. Experimento a primeira forma muda de existência do dia, me banho em um sol sinestésico, megulho as sílabas na paz da aurora. Quase consigo alcançar os sonhos aprisionados.
E só assim tenho matado o que me sufoca.






Você chama isso de arte? Não... chamo isso de dor.

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