segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Última certeza




Um dia comum
A esperança mora em ruas que eu não passo mais
Escolhi um outro caminho,
encontrei a minha paz em becos pouco iluminados
Vago em meio à fumaça inerte de um passado equivocado
Fantasmas seguem ao meu lado,
eu não queria que fosse assim...
Vozes sussurram promessas de um mundo melhor
Anestesiada não consigo prestar atenção nos apelos da noite
Me sento numa calçada qualquer,
estou protegida pela embreaguez dos meus sentidos
Meu olhar perdido desliza em esquinas de reinos encantados
Percebo o seu rosto em meio a multidão
Cada vez mais longe...
Meu corpo estático não acamponha o tempo real
Você se foi mais uma vez
Eu juro que eu esperei, esperei horas e horas a fio
até os meus olhos cravarem no chão
A chuva caia sobre o meu rosto, num consolo brutal
Minha única companheira lavava o pranto de um rosto sem expressão
Você jamais retornou àquela esquina
O tempo descongelou, eu despertei
Me levantei e parti levando comigo a última certeza:
A de que sonhos bons não costumam durar...

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