segunda-feira, 17 de novembro de 2008

15 de novembro, 4 a.m. em algum lugar



E a dança dos erros continuou, o engraçado é que eu prometi que isto não iria mais me machucar, falhei, compreensível,
afinal, até onde se pode prever? Eu tentei demais, tanto, engoli as sobras e aceitei o que me era dado de esmola. Elaborei
o meu melhor discurso, coloquei um sorriso empoeirado no rosto e te fiz acreditar que tudo ficaria bem... Não ficaria. Cansada de equivocos resolvi me dispersar, enquanto você me olhava eu dançava em Vênus com algum holograma, você ficou tão contente com a minha nova máscara, eu não poderia tirá-la, não esta noite, por você. Parei de pensar, preferi vagar entre outras alucinações, corri o mais rápido que pude, dancei como se estivesse sozinha, me embreaguei até perder os sentidos, eu tentei esquecer, em vão... Até que veio o inesperado tiro de misericórdia, um disparo, minha cabeça explodiu, sai pela tangente, estática desabei, pedra por pedra me desfiz, fiquei invisível. "Eu não deveria ter acreditado", eu não deveria, não havia importância, tudo se resumiu a nada, um último suspiro, o céu escureceu, senti a primeira sensação da noite, era como morrer... Por instantes estive perdida em um purgatório qualquer. Mas, um dia eu acordei e a dor havia simplesmente desaparecido, eu tinha asas e finalmente podia voar, para longe, pelo caminho mais bonito.



E se a saudade por acaso vier te visitar, me abrace no céu tranquilo das nossas memórias, pense que estamos melhor assim e deixe o tempo te curar.

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