Madrugada, um copo quase vazio, alguns cigarros no bolso e uma música de piano ao fundo.
Mais uma vez... você estava nos lençóis de outra mulher enquanto eu carinhosamente te escrevia sobre sentimentalidades infantis, eu sempre fui tão boba, tanta beleza desperdiçada, impregnado em sua pele agora está aquele cheiro de colônia barata, que não sai, não consigo suportar, me sinto boba, e mal, por tudo, por tudo, continuo bebendo meu rum puro e sem gelo tentando esquecer, mas a verdade é que eu lembro e lembro, cada vez mais, meus sentidos estão se perdendo, mas eu continuo a lembrar, você me encara, esperando um gesto, ou qualquer coisa que tenha gosto de perdão, mas não, não posso, e continuo a me embreagar, e você me diz coisas vagas, eu precisava tanto ouvir alguma coisa concreta e você só me diz coisas tão vagas, e tudo não poderia ser diferente, eu sei, e eu fujo, rato envenenado se arrastando pelos cantos, com seu copo de bebida vagabunda, procurando em outros rostos uma esperança, ou qualquer coisa que equivalha, mas não... "every thing is about you, is always about you" e me vejo em seus braços, soluçando, embreagada, gosto amargo nos lábios, de bebida, de fracasso, e você se contrai nos meus braços, pequenininho, tão embreagado quanto eu, sem qualquer significado e me vejo com os olhos cheios de lágrimas por que sei que isso nunca vai mudar e me dói e dói e dói..." 'cause every thing is about you, is always about you..."
Ouvindo: Love of my life - Queen
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