terça-feira, 13 de outubro de 2009

Abre o teu peito, meu bem, deixa essa confusão sair, eu não sou a chave, não tenho as respostas, mas posso te ajudar a fazer as perguntas certas.
Respire fundo, devagar, se acalme, escute, coloquei no teu peito meu amuleto sagrado, você vai ficar bem. Não tenha medo, teu anjo te espera de braços abertos, fique tranquilo, eu te seguro firme até você conseguir abrir os olhos.
Não, não sou quem você sempre esperou, não sou nenhuma santidade, bem e mal são coisas muito relativas, trata-se mais de uma questão de redenção, transição, coisas que te soariam vagas, você não entenderia.
Tenho o corpo fechado, sou regida por forças opostas, carrego um patuá, um anel de pentagrama, um bracelete cigano, uma correntinha de nossa senhora, tenho um terço pendurado na cama. Toda essa superstição me deixa a cada dia mais forte, na loucura, no real, no desconhecido. Teu mal não me faz nenhum mal.
Não se preocupe comigo, com o meu caminho traçado, ele é claro, limpo. Vejo coisas bonitas pra você também. Prometo que te ajudo a encontrar.
Agora feche os olhos, se aconchegue, não tem problema se você adormecer segurando a minha mão.




"A última vez que eu rezei foi por você..."