Mas você chega como algo inevitável, enchendo meu peito de esperanças e cobrindo com a boca os meus ouvidos entupidos de tantas promessas falsas. E eu me perco, quebrando o meu juramento de sangue. E você se aproxima desajeitado, destruindo com carícias a fortaleza que eu construí a duro pesar. E eu luto. E eu me entrego. Porque me desmancho diante da pureza dos teus instintos. E é tudo muito errado, e essa lucidez me consome, mas você não me solta, você me segura forte, e eu me contraio contra o teu peito aberto e sinto paz, a paz que anseio desde os tempos de mais remota inocência. E você não para, crava os dentes nos meus medos, ignorando os teus próprios, e você me diz que está tudo bem, tudo bem, tudo bem. E eu te abraço fundo, e te beijo os lábios -lábios tão confusos quanto os meus- e te toco, querendo te sentir ainda mais dentro de mim. E sinto. E me culpo. E me cubro com os teus lençóis ainda quentes e já tão manchados de outro alguém.
Solenidades
Há um ano
2 comentários:
jah fiz a crítica por msn haha
queria não ter me idenficado. :[
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