terça-feira, 27 de julho de 2010


"Antes que lhe fosse compreensível o motivo, já tinha lágrimas rolando no rosto. Era um choro convulsivo, desses em que a nuca treme.
Acabara de ler no caderno dela 'Nada é eterno. Nem a felicidade, nem a dor.', mas ele tinha a mais absoluta certeza que sua dor jamais cessaria.
O que faria quando voltasse para casa? Quem lhe amaria? O que faria com todos aquele móveis e objetos já tão gastos, quase apodrecidos?
Ela segurou a mão dele afoita, como que se quisesse mantê-lo a salvo, mas não havia mais motivos para a vida, e então, haveria motivo para a morte?
Quis ir, ela não deixou. Confiava nela por mais distante que seus pensamentos fossem.
Ela desenhou uma mão segurando uma flor, ele sorriu.
A vida não tinha ordem mas era cíclica, segundo ele. Sempre estariam no mesmo lugar, com os mesmo problemas e dificuldades, vivendo do mesmo jeito, com as mesmas pessoas, ou com pessoas diferentes, mas nas mesmas situações.
Para que fugir? Para que ficar?

Outrora ele havia escrito um poema pedindo perdão à Deus por não saber amar. Deus o perdoaria?"





Ouvindo: Angie - The rolling stones

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