quarta-feira, 25 de novembro de 2009




Malditas luzes, fico desorientada. Anda, passa o cigarro pra cá e me larga para que eu possa me entregar à loucura. Descrava os dentes do meu ego, cospe os instantes que você me roubou. Sórdido, você é sórdido, eu sou sórdida, este lugar é sórdido, vá embora. Espera, antes me abraça, você me acalma, fica um pouco mais, espera mais dez minutos antes de sumir da minha vida. Não, não estou louca, talvez um pouco bêbada, cara, odeio vodka, odeio o gosto de fracasso que fica na boca depois de um porre de vodka. Droga, não consigo achar o meu isqueiro, sério? É nisso que você acredita? Não, meu bem, isso não é nenhum sinal divino e eu não vou parar de fumar, eu sei que mata, mas acontece que viver também mata, cada dia que se vive é um dia a menos que se tem. Não, não exagera, não vou me jogar na frente de nenhum carro em alta velocidade, relaxa, não sou covarde, se viver dói, deixo que me doa inteira, eu me recuso a entregar os pontos, não entendo as regras do jogo mas vou jogar até o final, fica tranquilo, sem dramas. Está tocando beatles, heeeelp, vamos dançar, anda, vem comigo. Deixa isso pra lá, nada de carreiras, meu amor, estou limpa, agora sou a favor de uma felicidade menos sintética, experimenta. Não sou puritana, longe de mim ser moralista, só não vou dar nenhum ponto ao adversário nesse grande jogo de Deus. Não estou revoltada com Deus nem nada, não estou triste ou magoada, estou incomodada, só isso, me incomoda não saber onde isso tudo vai parar. Eu sei, eu sou muito contraditória. Para de me chamar de esquisita, só não acredito em plenitude, acho essa palavra vazia, meio ilusória. Já estou falando demais, continua dançando. Jonhy fucking Cash, ops, acabou, Duran duran? Que estranho, essa música é muito pornográfica, when you come undone, ahh não gosto de dançar junto não, eu sei, tá, vamos lá se você faz tanta questão. Já te disse pra parar de cutucar o meu ego, não precisa disso ok? É isso que você acha? Tanto faz. Excêntrica? Acho engraçado quando me dizem que sou excêntrica, acho uma forma meiga de chamar alguém de aberração. Você se auto entitula "excêntrico"? Talvez você sofra exatamente do mesmo mal que eu. Pra que que você quer saber o que eu vou fazer amanhã? O amanhã não existe, é tudo agora ou nunca. Agora é agora, talvez depois seja nunca, um nunca que vem depois de alguns nãos. Não faça, não queira, não sinta, não reaja, esse nunca depois desses nãos é o que me sufoca. Chega, bebi demais, fumei demais, preciso descansar. Não, eu vou sozinha, você jamais iria querer me acompanhar, acredite. Tchau, baby.












Aliás, prazer em conhecê-lo.

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