terça-feira, 29 de setembro de 2009


"E tem o seguinte, meus senhores: não vamos enlouquecer, nem nos matar, nem desistir. Pelo contrário: vamos ficar ótimos e incomodar bastante ainda."











É uma pena você não saber do que eu sou capaz.
Mas é questão de tempo.

Mas eu não podia, ou podia mas não devia, ou podia mas não queria ou não sabia mais como se parava ou voltava atrás, eu tinha que continuar.















"Senhor, protege-me e ampara-me. Dá-me que eu me sinta teu. Senhor, livra-me de mim."
"Mas só muito mais tarde, como um estranho flash-back premonitório, no meio duma noite de possessões incompreensíveis, procurando sem achar uma peça de Charlie Parker pela casa repleta de feitiços ineficientes, recomporia passo a passo aquela véspera de São João em que tinha sido permitido tê-lo inteiramente entre um blues amargo e um poema de vanguarda. Ou um doce blues iluminado e um soneto antigo. De qualquer forma, poderia tê-lo amado muito. E amar muito, quando é permitido, deveria modificar uma vida – reconheceu, compenetrado. Como uma ideologia, como uma geografia: palmilhar cada vez mais fundo todos os milímetros de outro corpo, e no território conquistado hastear uma bandeira. Como quando, olhando para baixo, a deusa se compadece e verte uma fugidia gota do néctar de sua ânfora sobre nossas cabeças. Mesmo que depois venha o tempo do sal, não do mel. "

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

"Vamos chorar juntos, baixinho. Por ter sofrido e continuar docemente..."














Em todos os aspectos as coisas gritaram por um fim.
"Não tenho ambições nem desejos.
Ser poeta não é uma ambição minha.










É a minha maneira de estar sozinho. "

domingo, 27 de setembro de 2009

Anjo

Eu não sei se as suas asas são reais, mas desde que as vi eu não consigo parar de te olhar.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Quando uma etapa chega ao fim.

"Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final... Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos. Não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Foi despedida do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações?
Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu....
Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seus amigos, seus filhos, seus irmãos, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado.
Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco.
O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar.
As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora... Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem.
Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração... e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se.
Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais.
Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do "momento ideal".
Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade.
Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão."





Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Eu não falo como você fala, mas entendo bem o que você me diz.
Não se preocupe, todos tem suas razões.
Eu só preciso parar um pouco...










Já fizemos promessas demais.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009


Você não pode me ajudar...







"Eu não consigo mais ver nenhum anjo em você."

"Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? Assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise."

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Um anônimo


Milhões de rostos sem nome circulam ao nosso redor todos os dias, incontáveis, perdidos naquilo que chamamos multidão. Toda essa impessoalidade já nos é habitual, mas particularmente hoje algo me chamou atenção, não sei explicar o porquê do hoje, do agora, simplesmente ocorreu, algo que provavelmente me ocorreria qualquer dia desses, vagando pela embrutecida metrópole de pedra.
Um dia nublado, alguns amigos, um passeio atípico. Perambulamos sem rumo, sem hora, sem nome, nos entregamos ao anonimato da madrugada, mergulhamos na negligência de se ter como teto o céu, grandioso e cruel, que no contexto atual abriga vidas abandonadas, escolhas erradas, passos em falso.
Perdido como nós estava dona Niery, mulher de meia idade, cabelos grisalhos, sorridente, poucos dentes na boca, alegre como ela só, parecia nem notar a noite gélida, mas ao contrário de nós ela não tinha escolha. Paramos para ouvir sua história, dividimos cigarros, tempo, ombro, algo que normalmente dona Niery não tinha. Não de bom grado, não sem olhares de reprovação, não de alguém que não desconfiasse de sua sanidade, não de alguém que não temesse sua loucura. Paramos. Não nos importávamos com a pouca frequência de banho dela, ela não ligava para o saldo da nossa conta bancária. Éramos iguais, mas nem tanto, no viver ela era muito mais rica que nós.
Nos sentamos, ela começou contanto da sua adolescência sofrida, inusitada. Comentou os seus vícios e sua confiança demasiada na vida. Dez anos de alcoolismo, drogas, prostituição, dez anos que a fizeram perder seus filhos, dez anos em que esteve distante de si mesma. Se encontrou.
Nos contou da sua recuperação das drogas, da troca dos prostíbulos por empregos humildes. Nos contou orgulhosa da filha que mora em Los Angeles, dos amores de sua vida, dos motivos que a levaram às ruas e estes se resumem à apenas uma palavra, para ser mais específica um nome: Rafael.
Rafael, é o filho mais novo de dona Niery. Um moço de sorriso largo, inocente. Rafael sofre de esquizofrenia desde os 8 anos de idade, hoje tem pouco mais de 20. Seu quadro é irreversível e pouco tratável, nenhuma clínica conseguiu o conter, garoto rápido e inteligente, fugir nunca foi um problema para ele. Durante o período de internações, algo foi constatado: cada vez Rafael fugia para mais longe, foi encontrado em Minas, Bahia, em Pernambuco. Dona Niery passou muitas noites em claro, foram muitas visitas à hospitais, necrotérios, tantas vezes chorou por achar que tinha perdido seu filho. Rafael fez da rua sua casa, escolheu a avenida paulista para ser seu reino. Lá ele se sentia seguro, depois de tantos anos, carros de bombeiros, internações, ambulâncias e camburões, dona Niery resolveu que o respeitaria e prometeu a si mesma que jamais o abandonaria. E agora é assim: Dona Niery passa os dias e a noites vivendo na praça que ele escolheu como lar, lhe trazendo comida, remédios, calçados e vestimentas que compra com sua aposentadoria. Rafael não sabe sequer quem dona Niery é, desconfia que ela seja uma sobrinha distante, ela não se importa, permanece ali, com tamanho zelo enfrentando as ruas para ficar ao lado dele.
Questionamos se essa seria realmente a melhor saída, ela nos olhou e com seu sorriso largo e de poucos dentes nos respondeu: "Se eu o deixasse numa clínica, ele não seria mais meu filho, seria um ser dopado e mau tratado. Aqui ele é feliz. Ele sendo feliz eu também sou." Acenamos com a cabeça, quase reverenciando seu amor incondicional, um sorriso escapou de lado, já era dia, precisávamos ir.
Lembro de ter abraçado forte aquela mulher de poucos dentes e lhe desejado sorte, ela agradeceu o tempo emprestado e pediu que nos cuidássemos e que cuidássemos de Rafael se o encontrássemos por aí. Em seguida saiu correndo em disparada no meio da avenida paulista para entregar lanches à Rafael que caminhava tranquilamente do outro lado da via. Se perdeu anônima no meio da multidão, em meio aos milhões de rostos sem nome que circulam ao nosso redor todos os dias. Uma lição de vida sem endereço fixo, um rosto sem identidade nos ensinando sobre humanidade, nos socando o ego por algum entendimento. E eu entendi.

Você sabe o que é amor?
Eu definitivamente não.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ela e ele

Ela se perdeu.
Ele entristeceu.
Ela parou de se perguntar tantos porquês.
Ele aceitou as respostas que o destino lhe deu.
Ela deu um jeito de continuar vivendo.
Ele deu um jeito de acreditar que foi melhor assim.
Ela queimou tudo o que restou dele.
Ele guardou tudo o que restou dela.
Ele quer lembrar.
Ela quer esquecer.
Ele parou de se perguntar tantos porquês.
Ela aceitou as respostas que o destino lhe deu.
Ele deu um jeito de continuar vivendo.
Ela deu um jeito de acreditar que foi melhor assim.
Ele queimou tudo o que restou dela.
Ela guardou tudo o que restou dele.
Ela quer lembrar.
Ele quer esquecer.
Ela entristeceu.
Ele se perdeu.



" Continua vivendo. Por mim está tudo bem."

quinta-feira, 17 de setembro de 2009


"Descubro com melancolia que meu egoísmo não é tão grande assim, pois dei ao outro o poder de me magoar."

Mais uma noite de sonhos e possessões incompreensíveis.
Acordei de mau humor, como sempre.
Meu café esfria enquanto eu procuro o que ouvir.
Detesto a distância dos nossos dias.
Tô incomodada com a tua ausência.
Tô incomodada com o viver, de um jeito amplo.
Verifico a cada minuto minha vida.
Já não suporto esse falso altruísmo que me rodeia.
Me desculpa.
Eu cansei.
"Desejou ter muito mais ou muito menos capacidade de raciocínio, assim talvez conseguisse viver em paz"

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

"Escrevo numa tarde cinzenta e fria
trabalho pra espantar a solidão e meus pensamentos
hoje assumi em público minha doença
estou mais leve, mais livre
mais ainda tenho muitos medos
medo de voar, de amar
medo de morrer, de ser feliz
medo de fazer análise e perder inspiração
ganho dinheiro cantando minhas desgraças
comprar uma fazenda, fazer filhos
talvez seja uma maneira de ficar pra sempre na terra
porque discos arranham e quebram,
amor"

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Direto ao assunto


Não costumo me explicar, não tenho paciência e não faço a mínima questão. Não entendeu? Ao menos se dê ao trabalho de ler duas vezes. Principalmente se for para contra argumentar. Existe coisa mais ridícula do que responder a algo que você nem entendeu? Existe. Tomar como pessoal um texto simples sobre crítica social, comportamento comum e anulação psíquica. Me espanto como algo assim tenha te atingido tão pessoalmente à ponto de te fazer deixar de lado o seu lema purpurinado de "tenho uma vida tão feliz e adoro borboletas" para falar asneiras sobre algo que obviamente exige muito da sua capacidade mental. Para quem fala tanto em interpretação de texto você a usa muito pouco.
Admito que você é criativa, afinal escrever uma redação de um quilômetro por causa de um texto de cinco linhas não é para qualquer um. Você pesquisou bastante, não se limitou à apenas um texto, desconfio que leu pelo menos o histórico de uns dois meses para conseguir me chamar de drogada, surtada, vagabunda e depressiva. Fez a lição de casa direitinho, estrelinha pra você.
São poucas as pessoas para quem eu me explico, você não é uma delas, mas tem algumas coisas que eu quero te falar, por puro e simples cinismo. Na verdade, não me incomodei nem um pouco com o que você escreveu, afinal, eu não dou a mínima para o que você pensa, mas como cínica que sempre fui e serei, faço questão de te dar algum material para que você possa pelo menos escrever alguma coisa coerente da próxima vez.
Já experimentei de tudo: drogas, meditação, misticismo, boate gay, natação, voluntariado e não tenho a mínima vergonha. Já quase enlouqueci de tristeza e de felicidade pelo menos umas dez vezes. Nunca me deitei com alguém pelo qual eu não estivesse apaixonada, fosse por uma semana, fosse por três anos, não durmo com desconhecidos e acho que você até sabe disso, afinal, já dormi com alguém que você conhece muito bem. Depressiva? Definitivamente não, só bebo demais, amo demais, falo demais, ser depressivo é esquecer do demais e se contentar com o pouco, se condenar a ter uma vida morna e pouco mutável. Se tudo por aqui te parece muito dolorido é porque eu quero assim, são as minhas irrealizações, eu faço o que eu quiser com elas, as minhas tristezas escolhi guardar aqui, a minha felicidade eu divido com pessoas de verdade, mas agradeço a preocupação. Tenho uma vida normal de trabalho, estudos, contas a pagar, amigos, família, paixões, viagens, passeios, saraus. Sim, acho vantajoso esse meu jeito de ir vivendo, essa utopia de sentimentos, gosto de intensidade, melhor do que oscilar entre essa coisa adolescente de meu querido diário e crônicas toscas sobre nada importante.
Corroer seu estômago com café, passar a mão em meia dúzia de gatos, ter uma vida virtual ativa é o que você chama de felicidade plena? Desculpa, prefiro minha vida imperfeita e cheia de tropeços e surpresas, acordar todo dia atrasada por ter dormido tarde demais, ir trabalhar, rir o dia todo com a minha chefe, comprar bala de goma com o meu gerente, no fim do expediente sempre ter alguém me esperando pra conversar, ir pra minha casa, ou qualquer casa, ou qualquer lugar, ouvir música, rir a noite toda, comer doce na padaria de madrugada, brigar com o vizinho de baixo, ler, estudar e aos fins de semana fazer viagens doidas, ir à lugares inusitados, conhecer gente interessante, ver minha família, atravessar a cidade para ver amigos e dormir cerca de oito horas em dois dias.
Quanto às histórias, já passei por poucas e boas, mas não vou falar porque não te interessa, além do mais, você não entenderia metade do que eu já vivi, a doideira de se escolher uma rotina assim tão agressiva, talvez porque ainda não tenha enlouquecido aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e de repente parecer que todos esses erros, acertos e loucuras valem muito à pena.
Faça um favor a si mesma, meu bem, enlouqueça.





Enlou-cresça.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Sobre macacos de circo


Racionalidade? Isso que você equivocadamente denomina racionalidade não tem nenhuma aplicação útil à sua vida e nem à vida de nenhum outro ser que o rodeia, encare este fato. Você não tem grandes feitos, grandes desafios, grandes tombos, grandes lições. Você não tem grande coisa. Consequentemente nada a oferecer. É o típico ser humano medíocre que apenas segue aquela ideia vaga de fluxo natural do universo: nascer, crescer, se reproduzir e morrer. Você tem capacidade de se comunicar e viver em sociedade? Macacos também. Então me diz, o que te faz pensar que você é alguém?

Vai passar sua vida assim, dançando sob os holofotes com uma fantasia de lantejoulas, em troca de aplausos e bananas?

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Quando eu morrer.


Quando eu morrer
Digam à minha mãe que ela foi minha fortaleza, meu tudo.
Digam ao meu pai que eu o perdoei por ele ter perdido o meu cachorro e a minha tartaruga.
Digam à Angela que ela foi uma irmã pra mim.
Digam ao Renê que escrachar com a cara dele era o meu modo de dizer "eu te amo".
Digam ao Roberto que eu nunca o odiei, embora tenha tentado fervorosamente.
Digam ao Henrique que eu sinto muito.
Digam ao Guilherme que eu desejo que algum dia ele aprenda a ser feliz.
Digam à Bianca que ainda não é tarde demais.
Digam à Eli que ela sempre será uma garotinha pra mim.
Digam à Juliana que ela foi a única.
Digam à Nanny que eu não me imaginava sem ela e aquela risada de cover de jegue.
Digam à Marina que eu a perdoei, de coração.
Digam à Gisele que tente entender algum dia que eu a amei do meu jeito.
Digam à Milena que ela foi o meu apoio, meu confessionário.
Digam à Mariana que eu agradeci todos os dias por tê-la na minha vida.
Digam à Joana que ela é uma das pessoas mais fortes que eu já conheci.
Digam ao Dio que companheirismo dele significou muito.
Digam ao Alexandre que ele foi o único que conseguiu desenhar os meus sonhos.
Digam ao Leandro que eu queria ter me casado com ele.
Digam à Simone que ela nunca me fez mal algum.
Digam à Camila que as minhas melhores manhãs eram ao lado dela.
Digam ao Igor que eu aprendi muito com ele.
Digam ao Antônio ele tinha os melhores abraços do mundo.
Digam ao Magno que ele ficava bem de batom.
Digam à Lilian que ela foi o meu guia.
Digam à Flávia que ela bate forte, que deveria considerar a carreira de pugilista.
Digam ao Murilo que ele é um graSSa.
Digam ao Alê que a bunda dele é linda.
Digam à Pérola que ela é muito intrometida e isso irrita.
Digam à Taís que eu desejo que ela seja sempre piriguete, agora ainda mais, por mim.
Digam ao Vinícius que ele era o gay mais hétero que eu já conheci.
Digam à Japiranha que mulheres héteros gostam de PÊNIS.
Digam ao Rafael que ele tem uma das vozes mais lindas que eu já ouvi.
Digam ao Lino que ele era muito chato.
Digam à Debinha que ela colocava a perna atrás da cabeça como ninguém.
Digam à Line que eu adorava comer sanduiche na casa dela.
Digam ao Louis que PENSAR é com 's' e não com 'ç'.
Digam ao Luís que ele foi meu ídolo.
Digam à Aline que a SINCERIDADE dela era inspiradora.
Digam ao sindico que vá tomar no cu.
Digam ao cara da padaria que muito obrigado pelos lanches fiado.
Digam à Carol que ela era a minha princesa.
Digam ao Ramon que ele falava demais.
Digam ao Caio que ele era um pilantra e por isso eu gostava dele.
Digam à Paula que tem um rinosoro na minha gaveta, que ela pode ficar com ele.
Digam ao Emanuel que ele era um canalha, um bom canalha.
Digam ao Renato que eu nunca o esqueci.
Digam à todos eles que eu fiz o melhor que eu pude e que eles não poderiam ter sido melhores pra mim.

sábado, 5 de setembro de 2009

Agosto


"Agosto já passou. Tanta coisa já passou. Faz tempo que eu absorvo todos os dias a falta de alguma coisa. Aquela mania doentia pelo perfeito, de sempre estar no centro da culpa. Absorvo cada gota do vendaval que passou e levou a melhor parte que eu tinha. Eu nunca pensei em ser forte, nunca pensei em te responder a altura. Eu te guardei na melhor parte da minha vida pra que ninguém nunca te afetasse. Como você me doeu durante todo esse tempo. Como eu chorei por saber que não fazia mais parte de nada daquilo, mesmo sempre querendo estar por ali, querendo estar nos teus pensamentos. Eu só queria saber onde foi que eu me entreguei. A fortaleza foi derrubada por um tanque imenso e tão pequeno ao mesmo tempo. E quantas vezes eu pensei em te deixar, em dizer que eu não queria mais aquilo... quantas vezes... quantas vezes te abraçava por não ter forças pra continuar sozinha e você... ah! você nunca via. Sempre fui forte, te amaria pro resto da minha vida e te manteria no topo da minha vida. Como eu tentei, como desisti, como te odiei e quis te matar (ou morrer). Você inteiro era dor. E eu tinha todos os motivos pra querer nunca mais te ver por toda a minha vida. Mas você era inteiro amor. E eu não conseguia... como eu queria ter conseguido... como...você me fez mudar, me fez crescer. Você sempre foi o que eu sempre quis pro resto da vida. Aquele que eu dividiria todo e qualquer sentimento...

Setembro de dois mil e nove. Você não me dói mais. Você é inteiro lembrança de uma coisa que não quero mais saber como é. Você é outro, eu sou outra.
O tempo passou."

"E de repente, parece que a tua vida mudou. Parece que até ontem ela era contada na primeira pessoa do singular e agora ela vem na primeira do plural. É, parece que você tem motivos pra fazer tudo certo agora."








Sei lá, só queria que você não tivesse reservado todos aqueles erros pra mim.

"Ela é provavelmente a garota mais triste que já segurou um martini."
"Meu telefone não tocou, por vezes eu agradecia, hoje eu até queria que o seu nome aparecesse no visor me informando que você ainda vive... e vivendo ainda lembra de mim.
Mas é fraqueza demais, da minha parte, esperar que você ainda viva e viva um pouco por mim. Um pouco pelo pouco que sobrou da gente.









Você poderia ter escrito nossos nomes com catchup na mesa e fotografado para que eu nunca esquecesse o esforço que eu fiz, pra fazer tudo certo.
Você não merecia."

"Ruim também é não ter motivo escancarado pra ter sido assim. Não ter um chute no estômago. Um sentimento dilacerado. Não tem motivo. Não tem nada.
E não tem memória. Você a perdeu no último porre imaginário.
No final, seria bom ter alguma coisa pra lembrar, de verdade. Sobrou uma música e meia dúzia de fotos... só."
"Então, venceram.
Cada um ao seu modo.
Ela parou de procurá-lo nos espaços vazios da casa.
Ele foi encontrar a si mesmo, longe dela que tanto o perturbava.
Sabe quando o gostar torna-se aflitivo?
Pois é.
Ele ficava aflito todos os dias que cruzava com ela por algum corredor.
Do rosto dela brotava o maior sorriso do mundo.
Não era amor, não era paixão, não era nada.
Mas ele era a única coisa que ela tinha."



Você ainda lembra o quanto valia a pena?

sexta-feira, 4 de setembro de 2009


"Não te peço solução nenhuma, mas me manda um cartão postal contanto qualquer coisa maravilhosa..."











Que aconteça alguma coisa bem bonita pra você, te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, como a fé cega que costumávamos ter. Me deseja também alguma coisa bem bonita, que me faça acreditar denovo, que me faça acreditar em alguém denovo, como quando nos conhecemos.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Algum dia


Ninguém nunca te disse
Como ser tão imperfeito
Você tem tão pouca chance
De alcançar o seu destino
É fácil fazer parte
De um mundo tão pequeno
Onde amigos invisíveis
Nunca ligam outra vez
Talvez até porque
Ninguém ligue pra você

Se você quer
Que eu feche os olhos
Pra alguém que foi viver
Algum dia lá fora
E nesse dia
Se o mundo acabar
Não vou ligar
Pra aquilo que eu não fiz

Faz muito pouco tempo
Aprendi a aceitar
Quem é dono da verdade
Não é dono de ninguém
Só não se esqueça que atrás
Do veneno das palavras
Sobra só o desespero
De ver tudo mudar
Talvez até porque
Ninguém mude por você